terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O Efeito Avestruz

Nessa época de enchentes começa o show de banalidades.
Concordo que chove mais do que em outras épocas, mas nada que uma cidade planejada com moradores íntegros não suportasse.

As famosas soluções pré-fabricadas e respostas fáceis reinam soberanas. "É o governo que não faz nada"; "É Deus"; "Nostradamus previu"; e por aí vai. Nínguém olha o próprio umbigo. Como sempre.

É óbvio que o poder público não costuma agir com muita competência e nem vou discutir isso, mas o povinho brasileiro de terceira categoria e seu habitual comodismo e individualismo tem grande parcela de culpa, ou melhor, toda ela.
Primeiro, obviamente, porque elegeu seus dirigentes, a partir daí não pode mais terceirizar a responsabilidade. Segundo (e mais relevante) porque nunca age com o mínimo de ética. Sim, vou colocar ética, e não cidadania.

Não respeita a lei do zoneamento. "Todo mundo faz, por que eu não?"
Ninguém deixa um centímetro quadrado de área permeável em seus terrenos. "As pranta suja tudo" (com esse bom português ou não).
Jogam lixo em tudo o que é local e, por favor, não são apenas os favelados, ops, moradores de comunidades carentes que fazem isso. Nossa elite é tão desprezível quanto, jogando lixo pela janela dos seus carrinhos polidos enquanto andam nas ruas ou contratando caçambas de entulho sem saber a destinação do seu conteúdo.

Essa gente desprezível só olha os problemas com o alcance da ponta de seu nariz (nesse quesito o Luciano Huck até tem alguma vantagem então!) e infelizmente, sem um espelho na frente.
Dessa maneira é fácil culpar a Deus e o mundo, e ainda por cima, esperar as soluções dos outros.

Joga-se bos$# no ventilador e enfia-se a cabeça no buraco.

"Quanto mais gosto da humanidade em geral, menos aprecio as pessoas em particular, como indivíduos." - Dostoievski

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