sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Prece de um ateu

Querido Senhor (Deus, Alá, Shiva, Maomé, Zeus ou seja lá como queira ser chamado), apesar da inexistência de evidências de sua existência eu proponho um negócio a Vossa Imensidão.
Serei seu mais devoto servo, um verdadeiro franciscano (abstinência sexual pode esquecer), que divulgará a sua palavra e seus ensinamentos (desde que o Senhor me envie um  original Seu com assinatura reconhecida em cartório) por toda a Terra. 
Irei pessoalmente encontrar-me com o Sr. Richard Dawkins para convencê-lo de sua existência - fala sério Senhor, essa tarefa é maior do que dividir um oceano!

O que peço é apenas que o ano acabe no dia 30 de novembro e recomece em fevereiro (de quebra extermine o Carnaval) e que a translação da Terra nunca seja completa, de modo que ao completar seu giro ela retorne ao seu ponto de origem e assim sucessivamente, pois quem sabe assim, as promessas patéticas que o Senhor deve ouvir deixem de existir - observe que há vantagens mútuas.

Poupe os cidadãos das mais variadas cidades turísticas (que ao contrário do que eu achava quando estava no lado negro da força, odeiam a invasão dessas formigas das metrópoles), do ataque ensandecido dessas criaturas neuróticas.





Poupe-me dos "Shows da Virada" com seu participantes breguíssimos e completamente sem talento.
Poupe-me das insuportáveis retrospectivas e dos hipócritas votos de fim de ano de artistas televisivos.
E por fim Senhor, poupe-me das patéticas contagens regressivas para mais um dentre os 4,5 bilhões de anos de vida deste desprezível planeta localizado numa galáxia sem graça nos subúrbios do Universo.


SENHOR eu suplico! 
Salve-me da maldição do fim do ano que eu encamparei uma guerra aos meus futuros ex-irmãos ateus.




"Tenho de proclamar a minha incredulidade. Para mim não há nada de mais elevado que a idéia da inexistência de Deus. O Homem inventou Deus para poder viver sem se matar." - Dostoievski



sábado, 25 de dezembro de 2010

Quando eu estou aqui...

Dia 25 de dezembro. Céus...



Não basta imaginar (porque ver sem chance) a múmia paralítica do Roberto Carlos, as reportagens infames (se é que se pode chamar isso de notícia, além do mais, bastava repetir todos os anos os mesmos jornais - com exceção da única boa notícia desse final de ano que foi o "empacotamento" do Quércia) sobre o Natal e os filmes bíblicos "tradicionais", ainda deposita-se sobre esse monte a ridícula da Xuxa.

A cinquentona maluca posando de menina e cantando músicas para anencéfalos é qualquer coisa.

A caixa de entrada lotada de mensagens piegas, repetitivas e simplesmente disparadas pra 'trocentos' remetentes também são excitantes...

Bem, de alguma forma vc foi lembrado no ano... amizades remotas e virtuais... great, as amizades estão cada vez mais "funcionais".

Ok, ok, admito que gosto da reunião com a minha família e da orgia alimentar. Ponto.

Enquanto isso, na CoisaCave...

Patroinha: Querido que cheiro bom, perfume novo?
Coisa: Repelente de insetos.



"Uma vida feliz deve ser em grande parte uma vida tranquila, pois só numa atmosfera calma pode existir o verdadeiro prazer." - Bertrand Russell

domingo, 19 de dezembro de 2010

Natal... de novo...

Cá estamos de novo no fim de ano.
Aquela avalanche de promessas bestas, o desespero em consumir para compensar os 2/3 do ano trabalhando (e se locomovendo ao local do dito cujo) e os outros 1/3 tentando se recuperar, e aquela sensação inconsciente de que perdeu-se mais um ano.

Imagens de um velhinho gordo vestido de roupa de inverno vermelha em pleno trópico, dirigindo um trenó com "típicas renas brasileiras" e colocando criancinhas no colo gritando ho-ho-ho sem ir preso por pedofilia.


Ok, enjoy.
Um 2011 repleto de Prozac e Rivoril a todos.
E que a idéia de uma sociedade para  o Tempo Livre (parodiando Nelson Levy) floresça em vossas mentes.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

E então, é porque é "importante" mesmo?!

Sempre achei meio (ou completamente) absurdo gastar os tubos num tênis.
Mesmo sendo um indivíduo razoavelmente "esportista" e portanto nada sedentário, sempre fui o pior cliente pra essas lojas de tênis metidas a besta.
Ainda mais sendo um 'garoto rude' que entra na loja e já vai soltando: "Se for mais de 150 paus nem mem mostra!" (e já acho muito bem pago)



Pesquisas (finalmente) isentas mostram que correr descalço causa menos males do que com tênis, seja lá qual o tipo for. Tem algo num artigo antigo da Science. Sorry, não me lembro onde li outras coisas a respeito, inclusive em português.

Claro que não é novidade que para a molecada (ou os 'nem tanto') é puro status.

É só para registrar a confirmação.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Sinal dos (meus) tempos

Fui no médico, sim é incrível, por mais que abomine a classe acabei cedendo novamente.
Apenas rotina.
Antigamente eu ia direto no laboratório e pedia uma saraivada de exames, e claro, me perguntavam se eu era médico. A categoria realmente está mal vista.
Atualmente o 'deus poderoso do jaleco branco' tem que fazer meus pedidos.

Dr: "40 anos, já tá na hora de vermos algumas coisas"
Logo pensei: "Shit, vai me mandar ser enrabado no urologista."


Pediu apenas o PSA no exame de sangue.

Não que tenha a masculinidade concentrada apenas "num ponto", como me parece acontecer com a maioria dos homens que fica apavorado com o urologista "dedudo" (aliás, esse pânico é um tanto quanto suspeito), mas é pela perda de tempo da coisa.

Há uns vinte anos, quando começava na marobagem, conheci um 'tiozão' que treinava pesado há tempos, com a seriedade e a disciplina de um profissional e sem a pressa característica da juventude (sobre jovens imaturos eu recomendo: Luiz Felipe Pondé - mas com cuidado pois ele é bem "reaça"). Pensava que deveria se muito legal "chegar numa idade dessas assim tão bem".

Bem, o PSA decretou que agora eu sou o 'tiozão marombado'.
Ok, dores aqui e acolá, mas como dizia minha bisavó: "Na minha idade vcs estarão de 4!"

O humor agressivo e não politicamente correto é genético.