sexta-feira, 18 de março de 2011

Pesado como a vida

Adoro música, a boa música.
Ok, isso é suspeito.

Mais suspeito ainda se você é um daqueles que diz que "gosto não se discute" (blergh!).
Além de ser lugar comum, não significa que a qualidade da música não possa ser discutida.

Postei sobre blues aqui e agora vou dar uma dica sobre o rock, em especial o heavy metal.
Lá pelos anos 80 fui contaminado por esse estilo e toda a sua forma de cultura.
Iron Maiden e Judas Priest no 'talo', calças jeans rasgadas (veja só, alguns acham novidade isso), jaquetas jeans com patches (pedaços de panos com logo das bandas) ou de couro, e  claro, cabelos compridos (que raiva! o meu enrolava! rs).
Alguns mais "figuras" complementavam com os braceletes de tachas, e outros mais malucos ainda (eu), tinham um gerador de alta tensão feito em casa ligado a essas tachas.



O heavy metal surgiu na Grã-Bretanha, em especial nos subúrbios de Londres na década de 70, como uma reação a falta de perspectiva gerada pelo trabalho duro nas emergentes indústrias da região e claro, como mais um contraponto ao modelo judaico-cristão ocidental, não por acaso sua estigmatização com o demônio (o uso do "tritom do diabo" também gerou muita bobagem na imprensa e grupo conservadores) e o mórbido (trabalhar é sempre mórbido).

Seus padrinhos são a chamada 'santíssima trindade do rock': Led Zeppelin, Deep Purple e Black Sabbath.
Mas não se pode esquecer de Blue Cheer, Cream e Hendrix.

Também não por acaso o metal estourou no Brasil na década de 80, últimos anos da ditadura, e teve como marco o Rock'n Rio 1 em 1985.
A região do ABC paulista (uma região até então metalúrgica com alguma similaridade das opressivas frentes de trabalho dos subúrbios londrinos) foi um dos corações do movimento. A primeira rádio rock, as primeiras lojas especializadas em metal, as primeiras feiras e claro, as muitas confusões e atritos com o movimento punk.

Como dizíamos, o heavy metal é eterno. E uma vez "exposto aos seus efeitos não há mais cura". 
Diferente de "tribos" onde a música não é o principal, ou talvez não é nada. Imagina se alguma dessas ladies do pop fossem gordas e feias, daria certo?

Lady Gaga ou Ivete Sangalo sem apelo sexual vc lembraria? Aretha Franklin precisa disso?
Restart, Fresno ou Justin Biba sem o visual 'bonitinho' vc lembraria? Jimmi Hendrix precisa disso?

A tribo do Metal é mais mundial do que nunca e mais heterogênea do que se imagina.




Alguém ouviu algum comentário no meio sobre a opção de Rob Halford (vocalista do Judas Priest que há anos assumiu sua homossexualidade)? Não. Ele sempre é citado como um dos maiores vocalistas de metal e nada mais (seu visual diga-se de passagem, continha muitos elementos de redutos GLS).

Parágrafo TDAH fora do contexto: Na minha opinião delegacias, estatutos, leis e cotas que "separam" é estímulo ao racismo.

 Heavy Metal é identificação. A casa dos excluídos e oprimidos. A companhia dos solitários. A energia dos angustiados.

Cabelos compridos ancestrais e tatuagens tribais. Origens musicais que vão dos acordes simples do blues até a virtuosidade da música erudita (só pra exemplificar posso citar a técnica de arpejo de Eddie Van Halen (guitarrista do Van Halen), a técnica de tenor de Bruce Dickinson (vocalista do Iron), a influência clássica do tecladista Jon Lord (Deep Purple), o braço pesado de John Bohan (baterista do Led Zeppelin que misturou bem o jazz e percursão com velocidade e força insana) e o visual kabuki do Kiss.

E convenhamos, viajando um pouco mais no tempo, Wagner fazia um heavy muito conscistente!




Já fui há vários shows e é fantástico, mas confesso que me cansei de ter que bater em moleque suado... rs

De qualquer modo é bom ver os cinquentões (daí pra cima! rs) tocando pros quarentões que muitas vezes levam seus filhos junto.

O documentário 'Global Metal' (http://www.fileserve.com/file/3PaRFxF) é uma viagem interessantíssima sobre a globalização do metal. Dirigido e criado por Sam Dunn metaleiro e antropólogo, começa sua jornada pelo Brasil (olha a camiseta do Sepultura dele!).

E o 'Heavy Metal - Louder than Life' um documentário mais histórico e técnico sobre o gênero.
Parte 1: http://www.megaupload.com/?d=G3P4N3AH
Parte 2: http://www.megaupload.com/?d=5C0BBM3G
Parte 3: http://www.megaupload.com/?d=ZMV7H8FQ

Chacoalhando sua cabeça ou não, divirta-se!

PS: não fui eu que fiz os uploads dos arquivos e acho a pirataria uma prática de ética discutível, mas como disse Bruce Dickinson (vocalista do Iron) compartilhe e distribua nossas músicas (em países como Irã não há outro meio) mas compre aquilo que você se identificar mais.


terça-feira, 8 de março de 2011

Drausio Varela e o novo ateísmo

Dr Drausio Varela e a fé que cura... não tão curto mas suficientemente grosso. 



Muitos céticos ou agnósticos acabam aderindo ao "novo ateísmo" dos 4 Cavaleiros do Apocalipse por causa da intolerância, como diz o Alex Castro, "Eu também tinha um pouco de implicância com o Dawkins por achá-lo 'ateu militante' mas depois de ver a quantidade de gente mandando os ateus calarem a boca, percebi que a militância atéia é tristemente necessária."  

Enfim, deixem-nos em paz por não acreditarmos em Deus, saci-pererê e fada madrinha.


terça-feira, 1 de março de 2011

Praia e animais. Porque não cumprir a lei?

Antes de mais nada estou me atendo aos animais quadrúpedes, já que não há lei que proíba animais bípedes com intelecto pífio de frequentar a praia, infelizmente.

Já vi vários posts e matérias sobre cachorros na praia e os tais proprietários bípedes de intelecto reduzido sempre alegam outras leis ou regras de higiene que são quebradas para justificarem a permanência de seus animaizinhos na praia.

Uma imbecilidade pra justificar outra. Brilhante.


Não existe polêmica nesse assunto. É lei, não pode e ponto.

Também é nojento, anti-higiênico e desrespeitoso com os demais bípedes que frequentam a mesma praia que, para seu espanto, não é só sua.

Claro que aqui na minha cidade não é diferente. Sempre tem os "donos da praia" que acham que o seu direito está acima do dos outros.


Eu gosto de animais, a maioria quadrúpede e alguns poucos bípedes, meu bichinho de estimação é o Fred.

Fred, meu hipopótamo de estimação.

Apesar de ter 7 metros de comprimento, 2,5 metros de altura e 3,5 toneladas, Fred é um meninão inofensivo (matou um crocodilo num passeio certa vez e pisoteou um policial  em outra, mas foi tudo sem querer).

Faça cuti-cuti em seu papo que ele retribuirá abrindo a boquinha para que você coloque a cabela lá dentro. Uma coisa linda.

Fred toma banho diariamente, escova os dentes e usa lavanda. Tem polainas de lã e colete colorido do clube de criadores de hipopótamos. É vacinado e tem todas as carteirinhas internacionais de hipopótamos de estimação e mesmo assim, em respeito aos demais bípedes, eu não o levo pra passear em praças públicas, praias e ruas.

Seus 45 Kg de fezes e 6 litros de urina que ele costuma fazer na porta do vizinho eu costumo retirar sempre, nem sei porque meu vizinho reclama (apesar de seu carro ter ficado atolado uma vez).

Portanto meus caros donos de cães, vocês com seus luluzinhos e eu com o meu inofensivo Fred, estamos juntos nessa jornada de privação, mas devemos respeitá-la em nome do bom convívio social e da boa educação.