sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O milagre e os deuses

Há quase um ano apareceu um "calombo" no lado interno do meu pulso.
Causava um leve incômodo que aumentava quando me apoiava nele ou estava na fase de grandes pesos na academia.
 
Suspeitei logo de cara ter sido causado pela "pegada errada" no supino, algo comum nas academias quando pegamos a barra com o polegar no mesmo sentido dos demais dedos e não ao redor da barra como oposição que ele deve fazer.
Isso faz com que tenhamos que  dobrar mais o punho para trás e fatalmente o sobrecarregando.
 
Indo no ortopedista (meu cauvário) fui diagnosticado como portador de um quisto sinovial, quando o líquido sinovial intra-articular vaza para os arredores dos tendões ou  a membrana sinovial fica inchada.
Seja lá o que for exatamente, todos os médicos disseram que ele não desaparecia sozinho e que era necessário uma cirurgia.
 
Durante os exames pré-operatórios tive uma das minhas crises de lombalgia e fiquei de molho por um tempo.
 
Praticamente de uma hora para outra (e quase isso mesmo!), contrariando os deuses da sabedoria, o calombo no punho desapareceu.
 
Daí realmente admiti que os deuses fazem milagres, mesmo que indiretamente.
O 'deus' médico faz uma assertiva absurda que induz a algum maluco qualquer rezar ou apelar pra qualquer outra bobagem, e se há cura ou melhora então foi operado um milagre.
 
A estupidez fomentando a estupidez.
Ok, discurso meio Dawkins admito.
 

3 comentários:

  1. Esse texto me lembrou de um video do astrofísico Neil deGrasse Tyson em que ele crítica o poder dos médicos ou a credulidade do público sobre o poder dos médicos:
    https://www.youtube.com/watch?v=f5X64QCDVnI
    Segundo ele, nem todos os que passam em medicina
    são inteligentes, além de dizer que é surpreendente o tipo de pessoas que acabam virando doutores.

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    1. Atribuímos poderes aos médicos que eles não tem, muito porque queremos uma mágica (e as receitas dos fármacos acabam sendo esse "passe") e também porque projetamos nossas infelicidades e frustrações num terceiro, como se eles nos trará algum alento.
      Numa sociedade hostil que gera desamparo crônico, alguém que nos ouve com (suposta) atenção parece amenizar nossos fardos.

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  2. É, o efeito placebo faz maravilhas.

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